Por Ariane Mutti
A ideia de comportamento empreendedor vem tomando cada vez mais visibilidade. Em sua essência o empreendedorismo era visto como algo exclusivamente ligado aos negócios, porém essa visão vem sendo ampliada e passa a ser vista também como um tipo de comportamento. A compreensão do empreendedorismo abrange além do mundo corporativo, relacionando-se também ao projeto de vida e realizações pessoais. Existem diferentes noções de empreendedorismo, social, de negócios e o intraempreendedorismo.
O intraempreendedorismo surge da necessidade das organizações em incentivar um novo comportamento dentro de suas estruturas e de sua cultura organizacional. Trata-se do colaborador apresentar novas ideias, soluções e projetos e colocá-los em ação. É um comportamento que independe do cargo ocupado, indo bem além de uma posição hierárquica de liderança. Importante ressaltar que podemos, e devemos, ter comportamento intraempreendedor em qualquer cargo ocupado.
Cada vez mais o mercado de trabalho e as organizações exigem dos seus colaboradores habilidades pessoais específicas, conhecidas como soft skills, e o intraempreendedorismo vem tomando uma posição de destaque entre as habilidades requeridas. Porém, a empresa precisa dar liberdade para que o colaborador possa exercer esta habilidade. A partir de um desafio, criar uma ideia de solução e é preciso que o colaborador receba incentivos e recursos da empresa para que possam transformar em resultados eficientes.
Segundo o Ministério da Economia, no ano de 2020 houve um aumento de 6% no número de empresas abertas no Brasil, totalizando um saldo positivo de 2,3 milhões de empreendimentos ativos. Vale lembrar que tendo o conceito de empreendedorismo como comportamento pessoal, nem todo proprietário de empresa é puramente um empreendedor. Como cita o autor Reid Hoffman:
“Empreender é como saltar de um penhasco e construir o avião durante a queda.”
Empreender é fazer do usual algo novo, intraempreender vai além de fazer o “mesmo do mesmo”. É criar dentro de algo comum algo que seja revolucionário e que de fato resolva um problema real. Fazer a diferença dentro de uma organização, solucionar problemas, conflitos e traçar novas oportunidades e experiências é o que diferencia o colaborador comum de um colaborador atento às novas tendências e requisitos do mercado.
O livro A Hora da Verdade, do autor Jan Carlzon, traz um case de sucesso de uma visão intraempreendedora que transformou uma companhia aérea à beira da falência em uma das melhores companhias de toda a Europa. Todo o contexto do livro se baseia em ações empreendedoras dentro da organização que partiram dos próprios colaboradores com o enfoque em solucionar problemas, e diminuir a burocratização. Todo esse intraempreendedorismo por parte dos colaboradores só foi possível pois a grande gestão da companhia cedeu liberdade e recursos para que isso ocorresse.
Partimos da premissa que, a soma entre um colaborador intraempreendedor e uma empresa que valoriza esta competência, pode culminar no sucesso da organização no mercado. Existe uma gama de oportunidades para que os colaboradores possam desenvolver cada vez mais essas soft skills exigidas, casando suas habilidades com capacitações e evolução contínua, o que torna ainda mais fundamental investir em uma graduação, pós-graduação e por aí vai, sempre se atualizando e acompanhando as novas tendências do mercado. Para fechar, uma outra dica importante: coloque em seu planejamento de vida e carreira o desenvolvimento de competências e habilidades do comportamento intraempreendedor, sempre atualizando-se e buscando a evolução, para ser cada vez mais o protagonista do seu crescimento e conseguir a ascensão no mercado!
A autora
Ariane Mutti, gerente da Una Jataí e empreendedora, com MBA Executivo em Gestão de Pessoas
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