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Geral Economia verde

A cidade no coração da Amazônia que cresce com energia limpa

Atrai investidores e vira exemplo de desenvolvimento sustentável no Brasil

03/07/2025 08h22
Por: Redação Fonte: clickpetroleoegas.com.br
A transformação econômica de Coari começa com um dos maiores tesouros energéticos do país: a Província Petrolífera de Urucu, maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.
A transformação econômica de Coari começa com um dos maiores tesouros energéticos do país: a Província Petrolífera de Urucu, maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.

Escrito por Valdemar Medeiros/CPG

Com uma economia impulsionada por petróleo, gás natural e bioeconomia, Coari — no coração da Amazônia — se transforma em símbolo do novo desenvolvimento sustentável brasileiro, atraindo investimentos e criando oportunidades sem destruir a floresta.

A poucos quilômetros da selva densa e dos rios sinuosos do Amazonas, uma cidade vem desafiando os velhos paradigmas do desenvolvimento. Coari, localizada no coração da maior floresta tropical do planeta, está emergindo como um polo de energia limpa, crescimento econômico e sustentabilidade — tudo ao mesmo tempo. Com uma população de pouco mais de 85 mil habitantes, Coari deixa de ser apenas mais um ponto no mapa amazônico para se tornar referência nacional em como crescer com responsabilidade, gerar riqueza sem devastação e integrar o Brasil ao século XXI de forma inovadora.

O poder oculto sob a floresta: a província de Urucu
A transformação econômica de Coari começa com um dos maiores tesouros energéticos do país: a Província Petrolífera de Urucu, maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.

Descoberta nos anos 1980 e operada pela Petrobras, a província se tornou a base de uma revolução energética silenciosa. De lá saem 40 mil barris de petróleo por dia e mais de 11 milhões de metros cúbicos de gás natural, que abastecem a capital Manaus e várias outras regiões por meio do gasoduto Urucu–Coari–Manaus, inaugurado em 2009.

A obra foi um divisor de águas: garantiu o fornecimento de energia mais limpa e barata para o Norte, atraiu novas indústrias, e colocou Coari no radar nacional como capital energética da floresta.

Energia que gera empregos e oportunidades
O gás de Urucu não serve apenas para exportação. Termelétricas de última geração, como a Mauá 3, com potência de 591 megawatts, foram construídas em torno do gasoduto, fortalecendo o parque energético e gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Essas plantas abastecem cidades inteiras e oferecem uma base sólida para o crescimento de setores industriais, como alimentos, logística e serviços, tudo com menor impacto ambiental em comparação às matrizes convencionais.

A presença dessas usinas também tem sido crucial para atrair investidores preocupados com a segurança energética e a previsibilidade de fornecimento, dois fatores que contam muito na hora de apostar em regiões fora do eixo Sul-Sudeste.

PIB em alta e renda crescente
O reflexo econômico é claro: em 2021, o PIB de Coari atingiu R$ 3,38 bilhões, um crescimento impressionante de 43% em apenas um ano. A maior parte dessa riqueza (cerca de 60%) vem do setor industrial e extrativo, puxado principalmente pela energia.

Mas não é só o número absoluto que impressiona. O PIB per capita saltou de R$ 22.387 em 2020 para R$ 38.982 em 2021, um dos maiores do estado do Amazonas. Isso mostra que a riqueza não está concentrada apenas em grandes empresas, mas começa a circular também entre os moradores, com mais consumo, empreendedorismo e qualidade de vida.

Bioeconomia: o próximo capítulo da revolução verde

Coari não parou na energia fóssil. Pelo contrário. O município agora busca diversificar sua economia e se tornar referência em bioeconomia e energias limpas. A cidade tem sediado eventos, fóruns e encontros internacionais com apoio de instituições como a Fundação Amazônia Sustentável, atraindo cientistas, ambientalistas e investidores interessados em soluções sustentáveis.

O objetivo é claro: transformar a riqueza gerada pelo petróleo em investimentos para um futuro verde. Isso inclui pesquisas com insumos da floresta, extrativismo inteligente, reflorestamento com fins econômicos e até startups voltadas para biotecnologia amazônica.

Coari está construindo, na prática, um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia — um modelo que respeita o meio ambiente, mas não abre mão do progresso.

Empreendedorismo no centro da estratégia
Outro pilar desse crescimento é a aposta no apoio a micro e pequenas empresas locais. Em 2025, Coari foi uma das cidades escolhidas pelo Sebrae para integrar o programa “Cidade Empreendedora”, que leva capacitação, crédito e ferramentas digitais para comerciantes, produtores rurais, artesãos e empreendedores de diversos setores.

A meta é clara: fortalecer a economia local de dentro para fora, oferecendo condições reais para que a população usufrua da riqueza gerada no município e reduza a dependência de grandes conglomerados.

Isso também ajuda a fixar o jovem no campo, a promover inovação e a criar soluções pensadas por e para os próprios coarienses — um ciclo virtuoso de empoderamento e desenvolvimento sustentável.

Por que Coari virou exemplo?
Coari é uma prova viva de que é possível crescer na Amazônia sem repetir os erros do passado. Enquanto tantas cidades se perdem entre promessas e retrocessos, Coari avança com bases sólidas:

Infraestrutura energética moderna com gasoduto e termelétricas
Atração de investimentos sustentáveis e foco em energia limpa
Alta geração de empregos e renda
Educação técnica e programas de empreendedorismo
Compromisso com a floresta e com o futuro

É por isso que a cidade hoje é vista por especialistas como exemplo nacional de desenvolvimento sustentável — com potencial para inspirar toda a região Norte.

Coari poderia ter seguido o roteiro comum: explorar, extrair, enriquecer alguns poucos e empobrecer o resto. Mas escolheu outro caminho. Um caminho que equilibra crescimento com consciência, infraestrutura com inclusão e energia com preservação.

No coração da Amazônia, longe dos holofotes do Sudeste, Coari está construindo o futuro com as próprias mãos — e mostrando ao Brasil que é possível prosperar sem destruir.

Se a floresta é o pulmão do mundo, cidades como Coari são o cérebro de uma nova Amazônia: inteligente, produtiva e sustentável.

 

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