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Orum Aiyê Quilombo Cultural apresenta “Contos de Cativeiro” em São Jorge, Uruaçu, Goiânia e Cidade de Goiás

Circulação do espetáculo começa nos dias 23 e 24 de maio em São Jorge

16/05/2025 09h14
Por: Redação Fonte: Ana Paula da Mota Leite
Orum Aiyê Quilombo Cultural apresenta “Contos de Cativeiro” em São Jorge, Uruaçu, Goiânia e Cidade de Goiás

Depois de encher casas em Brasília, São Paulo e Goiânia, o Orum Aiyê Quilombo Cultural leva o seu espetáculo “Contos de Cativeiro” para o interior de Goiás. O solo de Marcelo Marques será apresentado em São Jorge, nos dias 23 e 24 de maio; em Uruaçu, nos dias 11 e 12 de junho e na Cidade de Goiás, nos dias 11 e 12 de julho. O espetáculo que aborda as sabedorias e expertises do povo preto também será apresentado em Goiânia, no Espaço La Cena, nos dias 4 e 5 de junho. As apresentações são voltadas a instituições públicas de ensino, mas também abertas ao público em geral. A entrada é franca para os estudantes das instituições parceiras do projeto e custa R$15, inteira, e R$7, meia. Essa circulação conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, pelo edital 06/2024 operacionalizado pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado da Cultura.

As apresentações em São Jorge acontecem na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge. No dia 23 de maio, às 14 horas e no dia 25 de maio, às 19 horas. Contos de Cativeiro tematiza os caminhos percorridos pelo povo preto brasileiro desde a diáspora africana com suas alegrias, resiliência e fé. O espetáculo, que tem direção geral de Renata Caetano, a coreografia de Juliana Jardel, cenário e figurino de Raquel Rocha, é protagonizado, dirigido e coreografado somente por artistas negros.  

O solo traz à cena as linguagens corporais do circo, da dança afro e da capoeira. Sensorial e imersiva, a cenografia alia elementos ancestrais da cultura negra brasileira com equipamentos de circo. “A montagem é uma lição de luta e afeto em prol do protagonismo negro, e por se tratar de um solo, o ator Marcelo Marques, com mais de 30 anos de atuação circense, transita entre os personagens para levar o público ao centro dessa temática”, compartilha a diretora, Raquel Rocha.

Diáspora - a origem do mundo pelo povo Yorubá

Contos de Cativeiro conta a origem do mundo pelo olhar do povo Yorubá, sobre as lutas, as resistências do período de escravização e a capacidade do povo preto de viver apesar das agressões que atravessam o tempo e a carne. Esta história é narrada pelo olhar de um preto velho simpático e de fala doce, trazendo para cada cena um recorte com foco na sabedoria, nas vitórias e experiências trazidas da África para o Brasil. Os contos trazem as alegrias, a resiliência e a fé negra. Marcelo Marques, que interpreta o preto velho, também dá vida aos personagens Olodumaré, orixá que cria o mundo, e Rei de Oyó, que é escravizado e trazido ao Brasil. Já o Malandro mostra o quão revolucionário é viver de forma inteligente, apesar do sistema que oprime. 

Mais sobre o espetáculo

Contos de Cativeiro estreou em 2022, em Goiânia e, desde então, tem sessões lotadas por onde foi apresentado. O trabalho é resultado de uma pesquisa de linguagens corporais do circo, da dança afro, da capoeira, além de outros elementos da cultura negra brasileira. “O solo é em sua essência uma ação regada ao Axé da resistência negra e tem em seu pilar a voz e protagonismo preto entremeado em sua construção e narrativa”, comenta Marcelo Marques sobre o trabalho. 

“Apesar do título, o espetáculo não é uma narrativa sobre o sofrimento”, comenta Marques sobre o texto, que tem a sua assinatura. “Enaltecemos os conhecimentos e capacidade de resiliência do povo preto trazendo para cada cena um recorte com foco na sabedoria, nas vitórias e expertises trazidas da África para o Brasil”, antecipa o ator. 

Raquel Rocha, artista plástica que assina a cenografia, imergiu em um estudo dos elementos afro diaspóricos que harmonizam com os equipamentos de circo no palco. A artista compôs esta cenografia a partir de elementos centrais para a cultura preta. “Eu me pautei nos conhecimentos ancestrais que foram adquiridos, em sua maioria, dentro dos terreiros, que são os principais espaços de resistência, permanência e ensino das culturas ancestrais vindas da África”, comenta a artista.

As folhas que se espalham no chão do palco, tal qual um tapete, foram escolhidas a partir da folhagem utilizada na sassanha, uma ritualística do candomblé no qual há um preparo de folhas específicas que serão usadas ao longo dos dias de uma cerimônia. “As folhas se estendem do Aiyê (terra) até o Orum (céu) e ao elevar as folhas no fundo do cenário até o ponto mais alto do teatro, numa perspectiva de infinito que une Orum e Aiyê”, comenta Rocha sobre o esforço em enfatizar o sagrado em cena.

O cenário ainda conta com um altar religioso, além de outros elementos cênicos como cabideiro de galho seco, atabaque, vasos de plantas e cabaças. “A minha ideia é conduzir propositalmente a plateia para diferentes ambientes em que hora é um terreiro, hora a casa do preto velho, uma floresta, ou até mesmo um navio negreiro”, compartilha a diretora de arte.

Sobre o Orum Aiyê Quilombo Cultural

Criado em fevereiro de 2022, o Orum Aiyê Quilombo Cultural surge da necessidade de artistas negros se juntarem enquanto resistência no cenário artístico goiano enfatizando o protagonismo negro na produção cultural. 

Além de ser um espaço cultural com cursos, oficinas, exibições e exposições, o Orum Aiyê também realizou a criação do espetáculo Contos de Cativeiro em junho do mesmo ano. A montagem, com várias temporadas no Estado de Goiás, também fez apresentações em Brasília e São Paulo, e foi convidada a participar da instalação brasileira Encruzilhadas: Acreditamos nas Esquinas na 23º Quadrienal de Praga - PQ'23 Brasil, vencedora do prêmio de melhor trabalho em equipe. O Orum Aiyê Quilombo Cultural acredita, que o atual cenário sócio-político e econômico, coloca as pessoas negras em uma situação ainda mais marginal às políticas públicas e no centro de crescentes ataques racistas, sendo fundamental as relações identitárias na formação e na autoestima.

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