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Geral Será o Brasil?

Nem China, nem Vietnã:

Em meio a tarifaço, Tim Cook diz que não pode fabricar iPhones nos Estados Unidos, mas há um país onde a Apple vende e fabrica

19/04/2025 10h24
Por: Redação Fonte: IGN Brasil
Donald Trump e Tim Cook (Imagem: Trump White House Archived/Flickr)
Donald Trump e Tim Cook (Imagem: Trump White House Archived/Flickr)

Por Viny Mathias/IGN BRasil/MSN

Estamos em uma "sangrenta" guerra comercial que Donald Trump e a China só estão colocando mais lenha na fogueira: enquanto um aumenta as tarifas às alturas, o outro o faz até a estratosfera. E empresas como a Apple não conseguem atender à demanda de Trump: fabricação nos Estados Unidos. Mas é realmente inviável transferir a produção para fora da Ásia? Não é, e um exemplo disso é o próprio Brasil.

Tarifas que vão e vêm são as notícias econômicas quentes dos últimos dias e semanas. Não só economicamente, elas acabam afetando outras áreas, principalmente a tecnológica. Como um dos objetivos de Trump é ter produção em seu país, empresas como a Apple estão relutantes devido ao custo de transferir a produção da Ásia para os EUA. Só que Apple já fabrica iPhones no Brasil justamente para fugir das tarifas impostas aos importadores.

A China é a número um do mundo em tecnologia por um motivo Atualmente, fábrica no Brasil monta iPhones da linha 14, 15 e 16 (Imagem: Xataka Móvil/Reprodução)

É óbvio que as tarifas impostas ao comércio internacional elevam os preços da maioria dos produtos: boa parte do que um país consome vem de outro país (ou é fabricado com elementos importados). No campo da tecnologia, a principal origem de tudo é a China. E há um grande motivo: a cadeia de suprimentos está lá.

A China ficou mais forte graças às realocações que empresas fizeram ao redor do mundo para economizar custos. A China começou fornecendo mão de obra, depois inovação e, por fim, monopolizou a fabricação da maioria dos componentes usados ​​em dispositivos eletrônicos. O resultado é o seguinte:

A China tem as maiores fábricas de montagem do mundo, bem como empresas dedicadas à montagem de componentes eletrônicos. A maioria das peças envolvidas em dispositivos como smartphones são fabricadas na própria China. O tempo e o espaço necessários para mover componentes entre a fábrica e a unidade de montagem são mínimos: a cadeia de suprimentos é reduzida na China (na verdade, quase tudo é produzido e montado na província de Shenzhen, tornando o processo ainda mais localizado). A China tem a força de trabalho em eletrônica mais especializada e concentrada do mundo.

Com tudo isso, há mais um elemento a ser adicionado à equação: os custos trabalhistas continuam mais baixos na China do que em países como os Estados Unidos, onde Trump está tentando restabelecer totalmente a manufatura. Tim Cook já disse há muito tempo que concentrar tudo em seu país era inviável.

Nem a Apple nem a Google conseguiram projetar os telefones, os componentes, fabricar cada um dos elementos do celular, montar uma cadeia de suprimentos local e montar o produto nos Estados Unidos. Porém, como citamos no início nosso país é um exemplo que alcançou mais ou menos o que Donald Trump pretende e também à custa de tarifas.

Se a Apple já monta o iPhone no Brasil, por que não nos EUA?

O Brasil oferece incentivos para empresas que desejam fabricar no país e também aplica tarifas aos importadores de produtos eletrônicos finalizados. Por isso, marcas que querem se firmar no mercado brasileiro acabam instalando fábricas por lá para deixar seus aparelhos com preços mais atrativos. A Apple está entre elas.

A Lei de Informática, criada em 1991, teve como objetivo melhorar a produtividade do Brasil, incentivando as empresas a fabricar e vender produtos no país. Essa lei foi reformada em 2019 e novamente em 2020. O resultado é que um bom número de empresas, como Motorola, BBK (dona da Oppo, Vivo e Realme) e Apple, têm fábricas locais que fabricam dispositivos eletrônicos.

Os incentivos brasileiros dependem do nível de produção do país. Esse nível é medido no âmbito do Processo Produtivo Básico ou PPB: se as empresas montarem e soldarem quase todo o aparelho no Brasil, integrarem as telas aqui, fizerem a montagem completa e realizarem testes funcionais, elas podem ficar isentas de impostos de importação, impostos sobre produtos industrializados e outras vantagens. Isso reduz significativamente o preço final dos dispositivos.

A Apple já tem uma fábrica no Brasil onde monta seus iPhones: ela fica na cidade de Jundiaí, no estado de SP, e é operada pela empresa taiwanesa Foxconn. A montagem local demonstra que a empresa aproveita as vantagens e desvantagens que os países impõem aos importadores para se adaptar ao terreno e fabricar localmente.

A produção local estreou em 2011 e a Apple informa que ela está totalmente voltada para o mercado brasileiro. Atualmente são montadas no Brasil as linhas 14, 15 e 16 do iPhone. Os modelos Pro são importados. Portanto, também seria viável montá-los nos Estados Unidos ou até mesmo fabricar alguns dos componentes lá - e foi justamente para isso que a TSMC abriu uma fábrica no estado do Arizona.

A Apple provavelmente acabará fabricando nos EUA

Donald Trump pode aumentar ou diminuir as tarifas dependendo de como está seu humor no dia, mas elas ainda são taxas variáveis ​​para todos, exceto para a China. O país asiático enfrenta dificuldades e não é à toa que a escalada da guerra comercial parece não ter fim. E com a expectativa de que as importações fiquem mais caras, a Apple provavelmente optará pelo modelo brasileiro.

Se é lucrativo fabricar no Brasil para obter benefícios fiscais, por que não fazer o mesmo nos Estados Unidos? A questão é quando ela fará isso e se, no final das contas, valerá a pena, porque construir uma fábrica de montagem pode levar mais tempo do que Trump pode aguentar na Casa Branca. E o presidente que vier a seguir poderá ser mais permissivo com a política comercial em relação à China.

As multinacionais terão sérios problemas, mas os consumidores também. E o preço será apenas um desses problemas: não seria surpreendente se tivéssemos escassez de estoque de dispositivos muito populares. Veremos como será a palestra da Apple em setembro, com os iPhone da linha 17 sofrendo o impacto das tarifas.

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