Desde o dia 20 de janeiro, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou posse para o seu segundo mandato, o mundo se depara com uma série de falas e atitudes, tidas, por muitos, como radicais. Além das condições em que os brasileiros deportados chegaram ao País, uma fala que chamou a atenção foi que os Estados Unidos não precisam do Brasil e dos demais países que compõem a América Latina.
Caso realmente o presidente norte-americano imponha sanções econômicas e aumento na taxação de produtos exportados ao Brasil, o Estado de Goiás será um dos mais afetados. Dados da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), entre janeiro e dezembro de 2024, as exportações somaram US$ 12,2 bilhões e, as importações, US$ 5,6 bilhões, gerando um superávit de US$ 6,6 bilhões. Dentre as commodities com maior risco estão a soja e seus derivados, o milho e seus derivados, carnes e minérios. “A economia dos municípios produtores desses produtos, principalmente os que estão ligados ao agronegócio, seriam impactados de maneira imediata, atingindo também a população. Com menores ganhos com as exportações, o consumo, os investimentos, o comércio e os serviços seriam impactados”, explica o especialista em política e sócio-diretor da Santa Dica, Kaumer Nascimento, empresa de consultoria e pesquisa localizada em Goiânia.
A taxação à China, caso concretizada pelo presidente Trump, também pode impactar as exportações goianas. O maior mercado que os chineses exportam é os Estados Unidos e havendo mudanças na relação comercial China-EUA, o volume de commodities a ser importado pelo país asiático pode ser reduzido.
Plano B?
Segundo o especialista, por hora, ainda não há estratégias por parte das autoridades e do empresariado goiano alternativas para driblar as possíveis sanções norte-americanas. No entanto, uma possível compensação seria a exportação desses commodities para países que importam os mesmos produtos dos Estados Unidos. “A China, por exemplo, tendo aumento nos preços americanos, seria um potencial comprador do Brasil e, por extensão, de Goiás”, afirma, ao comentar que os Estados Unidos são o décimo país que os produtores goianos mais exportam. Embora seja uma fatia representativa, as negociações que já ocorrem com outros países, principalmente o asiático, já têm mais valor na balança comercial se comparada com os Estados Unidos.
De acordo com Nascimento, o aumento das tarifas pode fazer com que os países que compõem o BRICS, que hoje importam produtos norte-americanos, passem a comprar do Brasil a soja, entre outras commodities. “Goiás tem uma forte relação com a China, Reino Unido e Alemanha. Então, é possível gerar negócios, envolvendo as principais fontes de riqueza do Estado, entre eles o agronegócio, com destaque para soja, milho, algodão, carnes e minérios”, afirma.
Santa Dica
Fundada em 2018, a Santa Dica é uma empresa de consultoria e pesquisa que auxilia empresas públicas, privadas, organizações da sociedade civil e pessoas em suas tomadas de decisão.
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