Exposições de Edgar Calel, Pedro Moraleida e obra comissionada de Lais Myrrha estão confirmadas, além de efeméride aos dez anos da Galeria Claudia Andujar; instituição revisita seu acervo, reforça seus programas públicos e garante a segunda edição do festival Jardim Sonoro
Exposições de Edgar Calel, Pedro Moraleida e obra comissionada de Lais Myrrha estão confirmadas, além de efeméride aos dez anos da Galeria Claudia Andujar; instituição revisita seu acervo, reforça seus programas públicos e garante a segunda edição do festival Jardim Sonoro Câmera arco, imagem flecha, 2019, da série Etnovisão. Crédito: Edgar Kanaykõ Xakriabá.
Brumadinho, MG - Em 2025, a programação do Instituto Inhotim discute arte, natureza e território, com ênfase nas perspectivas de povos originários e nas relações com artistas da região. Ao celebrar dez anos de inauguração da Galeria Claudia Andujar, o Inhotim convida artistas indígenas a integrarem a mostra, reformulando-a partir de culturas e cosmologias diversas para apresentar perspectivas sobre o estatuto das imagens e da representação e, sobretudo, pautar a luta pela terra. Fazem parte da mostra, que será inaugurada no dia 26 de abril, artistas como Denilson Baniwa (1984), Paulo Desana (1979), Edgar Kanaykõ (1990), UÝRA(1991), Elvira Espejo (1981).
Ainda em 2025, a partir de 17 de outubro, o Inhotim homenageia a obra de Pedro Moraleida (1977-1999) com uma grande exposição dedicada à sua trajetória, que gerou um corpo de trabalhos tão vasto quanto singular, e inaugura a Galeria Oficina como espaço expositivo no Inhotim. Na Galeria Lago, o artista guatemalteca Edgar Calel (1987) apresenta obras comissionadas, realizadas a partir de sua convivência com o território de Brumadinho, em sua primeira exposição individual no Brasil. Lais Myrrha (1974), natural de Belo Horizonte, realiza uma escultura monumental ao ar livre, feita especialmente para o museu, que trata de dois marcos econômicos e simbólicos da cultura de Minas Gerais: a mineração e o modernismo arquitetônico.
Na interseção entre arte e natureza, o museu estabelece diálogos entre cosmologias e modos de vida, junto a questões ambientais e territoriais para pensar criticamente o contexto contemporâneo. Em sintonia com a agenda da COP30, a programação do Inhotim convida o público a uma imersão na produção artística e intelectual que busca aprofundar o debate e complexificar as discussões públicas em torno de temas que mobilizam em diferentes escalas a vida no planeta.
"Em 2025, vamos inaugurar obras e exposições feitas especificamente para o Inhotim, enfatizando este museu como o espaço de criação, com artistas como Edgar Calel e Lais Myrrha. Ao mesmo tempo, revisitaremos importantes projetos de nosso acervo, como é o caso da Galeria Claudia Andujar, que receberá uma necessária homenagem pelos dez anos de sua abertura. Outro ponto alto da programação deste ano é uma mostra dedicada ao artista Pedro Moraleida, estreitando relações programáticas e artísticas com Minas Gerais", detalha Júlia Rebouças, Diretora Artística do Inhotim.
Além da programação de arte, com inaugurações nos dias 26 de abril e 17 de outubro, o Inhotim confirma para 12 e 13 de julho de 2025 a segunda edição do festival de música Jardim Sonoro, que em 2024 recebeu cerca de 9 mil pessoas em três dias de programação, com shows de artistas nacionais e internacionais como Paulinho da Viola (Brasil), Ballaké Sissoko & Vincent Segal (Mali/França), Joshua Abrams & Natural Information Society (Estados Unidos) e Aguidavi do Jêje (Brasil). As atrações para o festival Jardim Sonoro em 2025 serão anunciadas no primeiro trimestre.
Compondo as atividades de 2025, o programa “O que é...?” continua a instigar o público com perguntas que propõem novos pontos de vista em torno da relação entre Arte, Natureza e Educação, pilares estruturantes da programação do Inhotim. Para este ano, serão quatro edições que trazem as questões: "O que é a Justiça?", "O que é o Desejo?", "O que é a Imaginação?" e "O que é uma Semente?". Os formatos propostos para a programação variam entre conferências, shows, performances, oficinas, visitas, espetáculos de dança, entre outros, e oferecem toda a potência interdisciplinar do Inhotim para o público, em vivências únicas do museu.
A segunda edição do Seminário Internacional Transmutar, também confirmada para setembro de 2025, será composta exclusivamente por expoentes do pensamento indígena das Américas. Em uma jornada pautada pelos saberes e narrativas de povos originários, o seminário traz conferências, diálogos e situações artísticas em diferentes espaços ao ar livre do museu. Em meio às paisagens do Inhotim, o público é convidado a aprofundar-se nos debates e encontros oferecidos pelo Seminário numa jornada imersiva de dois dias.
Na área de Educação, entra como novidade no calendário do Inhotim o projeto Experiência Brumadinho, uma feira com seis edições, voltada para valorização das culturas, das tradições, da gastronomia e dos saberes locais. O projeto reunirá produtores, artistas e lideranças culturais de Brumadinho, em um espaço destinado à venda, divulgação de produtos, trocas de experiências e formação, criando espaços de diálogo entre uma rede de produtos locais e o público do Inhotim. O museu continua sua programação expandida com novos projetos em diálogo com o território, como o LAB Jardim e o LAB Mães: ações de formação continuada para adultos residentes em Brumadinho, que incluem imersões em paisagismo e investigações sobre o desenvolvimento de carreiras para mulheres, promovendo intercâmbios com artistas e profissionais de diferentes áreas do conhecimento, além de visitas a instituições que são referência nos temas abordados em cada formação.
Os três projetos contam com a Vale como mantenedora master. LAB Mães e Experiência Brumadinho possuem a parceria estratégica do Nubank, o segundo conta também com o patrocínio master da Shell. LAB Jardins conta com o patrocínio ouro da Petronas. Todos os patrocínios são realizados por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
_CALENDÁRIO 2025
Arte e programação pública
_fevereiro
ATIVAÇÃO
/ O Barco, de Grada Kilomba
Curadoria: Júlia Rebouças e Marilia Loureiro
Em fevereiro de 2025, Grada Kilomba retorna ao Inhotim com o Ato II da performance que integra a obra O Barco (2021). O programa, que começou em 2024 e terminará em 2026, vive agora um importante momento de ativação, com a realização de um novo conjunto de apresentações da perfomance, dessa vez realizada por um grupo composto majoritariamente por artistas da região. Parte fundamental do programa desde sua concepção, a formação de um ensemble local reforça o vínculo da obra com o território. Enquanto um “objeto vivo”, como diz Kilomba, O Barco é composto por um poema, uma instalação de grande escala e uma performance, cujas apresentações acontecem no Inhotim nos dias 8 e 9 de fevereiro, às 14h.
Serviço
O Barco – Ato II
8 e 9 de fevereiro, sábado e domingo, às 14h
Galeria Galpão (Eixo Laranja)
Número de vagas: 800 pessoas por apresentação
Duração: 60 minutos
Retirada de ingressos no estande de Amigos do Inhotim a partir do horário de abertura do museu, às 9h30
Classificação indicativa: livre
O Barco tem como mantenedora master a Vale, patrocínio master da Shell e patrocínio master da B3, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Março
/ O QUE É...?
O que é a Justiça?
30 de março, domingo
O projeto tem como mantenedora master a Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Abril
INAUGURAÇÃO - 26 DE ABRIL DE 2025
/ CLAUDIA ANDUJAR | MAXITA YANO
10 anos da Galeria Claudia Andujar no Inhotim, com exposição coletiva formada por artistas indígenas da América do Sul, como Denilson Baniwa (AM), Paulo Desana (AM), Edgar Kanaykõ (MG), UÝRA (AM), Tayná Uráz (RJ), Graci Guarani (MS), Alexandre Pankararu (PE), Renata Tupinambá (RJ) e Tinià Pankararu Guarani (Aldeia Pankararu, PE), além dos representantes internacionais Elvira Espejo (Bolívia), Julieth Morales (Colômbia), Olinda Silvano (Peru) David Díaz González (Peru) e Lanto’oy (Paraguai).
Curadoria: Beatriz Lemos
Assistência: Varusa
Curadoria da programação pública: Marilia Loureiro
Uma das principais fotógrafas de sua geração, Claudia Andujar (Suíça, 1931) se tornou uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos Yanomami. Em reconhecimento à relevância de Claudia Andujar para a arte brasileira, a primeira galeria permanente dedicada exclusivamente ao seu trabalho foi inaugurada no Inhotim em 2015. Em 2025, marcando uma década desde sua abertura, Inhotim trabalha para uma reconfiguração da galeria. Na programação, trabalhos em fotografia e vídeo de artistas indígenas ocupam o espaço e aprofundam discussões iniciadas por Andujar, de forma a revisitar o projeto e abordar um olhar voltado para o debate da imagem na fotografia indígena, a luta pela terra e as alianças possíveis no tempo atual, em comunhão a um programa público diverso, com múltiplas linguagens.
Pintando Kené, da série Retratos de Mi Sangre, 2020. Foto: David Díaz Gonzales
Outra mudança acontece com nome da galeria, que passa a se chamar Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano, que significa “casa de terra” na língua Yanomami. A reformulação tem como objetivo marcar a abertura da galeria a outros artistas, povos e cosmologias. Esse projeto também propõe estreitar o relacionamento institucional com as comunidades indígenas de Brumadinho e regiões vizinhas, promovendo atividades de formação artística organizadas pelas equipes de Curadoria Artística e Educação de Inhotim. Neste sentido, ao longo do ano, será ativado um ciclo de programações públicas que têm como foco os diálogos com os povos de Minas Gerais e os povos indígenas em contexto urbano, com oficinas, seminários, performances e um passeio sonoro pelo museu.
Serviço
Exposição coletiva na Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano
A partir de 26 de abril, sábado
Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano (Eixo Rosa)
Classificação indicativa: livre
Claudia Andujar I Maxita Yano tem o patrocínio da Vale como mantenedora master por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Maio
/ O QUE É...?
O que é o Desejo?
25 de maio, domingo
O projeto tem a Vale como mantenedora master por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Junho
REFORMA
/ Esconjuro, de Paulo Nazareth
Curadoria: Beatriz Lemos e Lucas Menezes
Esconjuro, exposição de Paulo Nazareth no Inhotim, passará por suas duas últimas reformas em 2025. Baseada no convite à experimentação e no acolhimento do processo criativo do artista como algo contínuo e compartilhado, Esconjuro é uma mostra viva, que vai se transformando ao longo de seu tempo de exibição. Ao tomar as estações como referência para medir a passagem do tempo, Nazareth apresentou em abril e outubro de 2024 a exposição em suas formas de Outono e Primavera, mediante um conjunto de trabalhos que se expandiu da Galeria Praça para outros pontos do Inhotim.
A mostra segue em 2025 com a reforma de Inverno, a partir de 7 de junho, e apresenta sua quarta e última configuração no dia 8 de novembro, ao anunciar o Verão. Nazareth dá continuidade a seu processo de trabalho que relaciona as histórias diaspóricas dos povos indígenas e negros entre América e África, com as histórias contadas por sua mãe, Dona Ana, que trazem relatos de seus ancestrais. A exposição acolhe transformações e celebra o diálogo com o tempo da natureza, integrando a prática do comissionamento artístico do cotidiano de diferentes equipes do museu.
Serviço
Esconjuro, de Paulo Nazareth – Inverno
A partir de 7 de junho, sábado, até novembro de 2025
Galeria Praça (Eixo Amarelo)
Classificação indicativa: livre
Esconjuro tem o patrocínio da Vale, como mantenedora master, e patrocínio master da Shell por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Julho
/ JARDIM SONORO
Segunda edição do festival de música do Inhotim
12 e 13 de julho, sábado e domingo
Jardim Sonoro tem o patrocínio da Vale, como mantenedora master, patrocínio Master da Shell e patrocínio prata da B3 por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Agosto
/ O QUE É...?
O que é a Imaginação?
31 de agosto, domingo
O projeto tem a Vale como mantenedora master por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Setembro
/ SEMINÁRIO INTERNACIONAL TRANSMUTAR
data a confirmar
O projeto tem a Vale como mantenedora master, a parceria estratégica da Cemig, o Patrocínio Ouro do Supernosso e o Patrocínio Bronze da Caterpillar por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Outubro
INAUGURAÇÕES - 18 DE OUTUBRO DE 2025
/ EDGAR CALEL
Exposição individual de Edgar Calel com obras comissionadas e remontagens de grandes instalações.
Galeria Lago
Curadoria: Beatriz Lemos e Lucas Menezes
Edgar Calel (Comalapa, Guatemala, 1987) é um dos principais nomes da arte contemporânea latino-americana hoje. Trabalhando em diferentes suportes e formatos, nos últimos anos o artista tem se destacado pela criação de instalações em grande escala. Em sua primeira exposição individual no Brasil, Calel apresentará um projeto inédito no Inhotim, produzido a partir de suas visitas a Brumadinho e sua extensa pesquisa sobre temas como cosmovisão, espiritualidade, rituais, práticas comunitárias e conhecimentos Maias e Kaqchiquéis.
Serviço
Exposição individual de Edgar Calel
A partir de 18 de outubro, sábado, até agosto de 2027
Galeria Lago (Eixo Rosa)
Classificação indicativa: livre
A exposição tem a Vale como mantenedora master por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
/ PEDRO MORALEIDA
Exposição
Galeria Oficina | Pedro Moraleida
Curadoria: Douglas de Freitas, Deri Andrade e Lucas Menezes
As antigas oficinas de marcenaria e serralheria do Instituto Inhotim foram adaptadas para receber uma nova galeria. A Galeria Oficina é um marco da ampliação do conjunto arquitetônico e da expansão da área visitável do instituto e recebe como mostra inaugural a exposição do artista mineiro Pedro Moraleida (Belo Horizonte, 1977-1999), mediante parceria com o Instituto Pedro Moraleida Bernardes. A exposição tem como núcleo central o conjunto Faça você mesmo sua Capela Sistina, cujas séries articulam alguns dos temas mais recorrentes na produção de Moraleida: sua relação com filosofia, música, poesia, e os traços únicos de sua escrita, do seu desenho e, sobretudo, da sua pintura. A mostra também destaca o impacto de sua formação e a convivência com outros artistas, conectando sua obra às diferentes cenas de produção artística da época. Apesar de sua curta carreira, Moraleida produziu uma vasta obra, com um total de 450 pinturas e mais de 1.450 desenhos em técnicas mistas como acrílico, óleo, grafite e guache. A exposição é um convite a mergulhar no universo singular do artista, seus processos e referências.
O amor é mais frio que a morte, da série “Mulheres”, de Pedro Moraleida.
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