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Geral Desequilíbrio

'Devoram tudo que encontram':

a ilha nos EUA com milhões de serpentes que ameaçam floresta

12/11/2024 08h18
Por: Redação Fonte: BBC News Brasil
A cobra-arbórea-marrom come animais que já estão mortos — um hábito incomum para as serpentes, que na maioria das vezes só comem presas que elas mesmas mataram © Alamy
A cobra-arbórea-marrom come animais que já estão mortos — um hábito incomum para as serpentes, que na maioria das vezes só comem presas que elas mesmas mataram © Alamy

Por Zaria Gorvett - BBC Future

Há cinco anos, Haldre Rogers participou de uma confraternização na ilha de Guam, uma mancha verde-esmeralda no Oceano Pacífico ocidental, a cerca de 2.492 quilômetros das Filipinas. Mas logo a festa foi interrompida por um penetra.

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Era tarde da noite e, do lado de fora, havia um porco assado na brasa — os restos do jantar. O fogo estava se apagando, embora ainda estivesse quente.

Todos os convidados se ausentaram para conversar por alguns instantes. Quando voltaram, havia uma forma marrom enroscada em volta do porco — um ser brilhante e escamoso, com pupilas verticais e uma boca larga com uma expressão sorridente. A criatura estava arrancando pedaços da carne do porco e engolindo-os por inteiro lentamente.

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"Não era [exatamente] um porco de 200 kg, mas era um porco para uma grande festa", conta Rogers, professora do departamento de conservação de peixes e vida selvagem da Universidade Virginia Tech, nos EUA, que estuda a ecologia de Guam há 22 anos.

O penetra sem boas maneiras era uma cobra-arbórea-marrom — uma espécie invasora que acredita-se ter sido introduzida inadvertidamente em Guam na década de 1940, talvez depois de entrar sorrateiramente em um navio de carga.

Antes disso, uma grande quantidade de pássaros nativos desfrutava de uma existência idílica nas exuberantes florestas de calcário da ilha. Mas, apenas quatro décadas após a chegada da serpente, estes predadores vorazes começaram a acabar com eles.

Das 12 espécies de aves que existiam, hoje 10 estão extintas na ilha, enquanto as duas restantes se refugiam em cavernas inacessíveis e áreas urbanas.

Agora que a comunidade aviária foi praticamente exterminada, a população de cerca de dois milhões de cobras — ninguém sabe ao certo quantas são — de Guam, devora tudo que encontra, inclusive ratos, musaranhos, lagartos ou como, nesta ocasião, restos de comida deixados por seres humanos.

"Elas comem qualquer coisa", diz Henry Pollock, diretor executivo da Southern Plains Land Trust, organização sem fins lucrativos no Colorado, que estudou anteriormente a ecologia de Guam.

"Vão comer umas às outras."

Com uma invasão de serpentes vorazes e florestas desprovidas de assobios, pios e gorjeios, Guam ficou conhecida como um dos mais espetaculares desastres ecológicos do planeta.

Mas as consequências da infestação de cobras na ilha vão muito além de suas florestas assustadoramente silenciosas, sem pássaros. O que está acontecendo em Guam é um experimento evolutivo.

E um dos principais beneficiados possui oito patas, muitos olhos e a sorte de se encontrar em uma ilha onde bicos afiados e famintos não são nada além de uma remota lembrança.

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