Parte dianteira do modelo E2 190 já está instalada no Hangar 1 e servirá para formação profissional e desenvolvimento de pesquisas de ponta
Uma grande fuselagem de aeronave instalada recentemente no Hangar 1 da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) desperta curiosidade de quem passa pelo local. Trata-se da parte dianteira de um Embraer E2 190, doada pela companhia aeroespacial brasileira para fins de ensino e formação profissional. A fuselagem, de grande porte, servirá como uma sala de aula, ao ser transformada em um cenário multiuso e multipropósito.
A doação foi resultado de uma parceria sólida e de longa data entre a EESC e a EMBRAER. As negociações envolveram discussões sobre as necessidades acadêmicas e o interesse da empresa em colaborar com instituições de ensino para o aprimoramento das atividades acadêmicas e a formação de profissionais altamente capacitados no setor aeronáutico.
Parte dianteira da fuselagem da aeronave Embraer na EESC
“A fuselagem servirá para variados fins didáticos. Por exemplo, na realização de experimentos e demonstrações práticas relacionadas à mecânica estrutural, instrumentação e testes, certificação, entre outras diversas possibilidades, oferecendo aos alunos e professores uma experiência muito próxima aos desafios reais em uma aeronave. Isso enriquece o aprendizado e aproxima a academia dos desafios da indústria, proporcionando uma formação mais completa e alinhada às demandas do mercado”, afirma Glauco Caurin, professor e chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica da EESC.
O professor ressalta que a doação da Embraer também será bem utilizada em projetos de pesquisa de ponta, como a implementação de novas tecnologias. Entre os projetos de pesquisa possibilitados com a peça aeronáutica, Caurin destaca um que está sendo realizado em parceria com o Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA), financiado pela FAPESP e pela própria EMBRAER.
“O cenário será utilizado para analisar a viabilidade de implementação de novas tecnologias na montagem do interior da aeronave, incluindo robôs colaborativos trabalhando lado a lado com os operadores humanos, o uso de visão computacional, de inteligência artificial (IA), entre outros dispositivos que permitam a evolução nesse setor”, explica Caurin.
Para o professor da EESC, “essa combinação de aprendizado prático e desenvolvimento de novas tecnologias não só aprimora a formação técnica dos alunos, mas também os prepara para um mercado altamente competitivo. A exposição a projetos de pesquisa, por sua vez, fortalece a conexão entre teoria e prática e garante que os futuros profissionais estejam equipados com conhecimentos atualizados e experiência com tecnologias emergentes. E, com todo esse ambiente, ainda é possível, por meio da oferta de cursos de extensão e atualização derivados desses projetos, permitir a transferência dessas novas tecnologias para a comunidade, o que reforça a conexão entre a academia e a indústria.”
Por ser uma peça grande e polivalente, Caurin diz que em breve deve estimular os estudantes a proporem novas ideias e definirem atividades a serem realizadas com o equipamento, promovendo maior interação entre teoria e prática, além de incentivar o surgimento de projetos inovadores.
“Esse ambiente colaborativo proporcionará uma experiência de aprendizado ainda mais enriquecedora, colocando os alunos no centro das iniciativas de pesquisa e desenvolvimento. É o resultado de uma parceria forte entre a universidade e a EMBRAER, empresa referência mundial no setor aeronáutico, o que reforça nosso compromisso com a inovação e a excelência no ensino e na pesquisa”, conclui o professor da EESC.
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