Com a pandemia, muitas atividades foram testadas e aprovadas no home office, o que permitiu com que muitos profissionais trabalhassem para empresas dentro e fora do Brasil, criando assim um caminho para a chamada "fuga de cérebros" do Brasil.
Existe um aumento expressivo no interesse dos profissionais em trabalhar com empresas estrangeiras sem a necessidade de se mudar do país, segundo a pesquisa anual “Futuro do Trabalho: onde estamos e para onde vamos”, conduzida pela plataforma de inteligência Futuros Possíveis com o apoio do Grupo Boticário. Os dados indicam que 78% dos entrevistados têm interesse em trabalhar remotamente para empregadores internacionais, um aumento significativo em relação ao ano anterior (diferença de 8 pontos percentuais).
A busca por oportunidades de trabalho fora do Brasil é motivada por alguns fatores, afirma Marcelo Gripa, cofundador e diretor de operações da Futuros Possíveis.
“A possibilidade de uma melhor remuneração em comparação com os padrões locais, incluindo o ganho em moedas fortes como o dólar, libra e euro, é certamente um grande atrativo. Atuar sem sair de casa também é outro grande atrativo, especialmente quando boa parte das empresas brasileiras retomaram o formato presencial”, diz. “Conforme aponta a nossa pesquisa, o interesse de trabalhar fora do Brasil nesse contexto aumentou na comparação com 2013 (de 70% para 78%), um indicativo de que a volta ao trabalho presencial é questionada.”
A remuneração de profissionais brasileiros que trabalham para empresas de fora varia de acordo com a área de atuação, o cargo e o nível de experiência, afirma Gripa. “Estimativas de mercado apontam que o ganho médio mensal gira em torno de US$ 2.600, o que equivale a R$ 13.200 pela cotação atual do dólar.”
A área de tecnologia é mais aquecida para profissionais que optam por trabalhar remotamente sem se mudar do Brasil, com destaque para o desenvolvimento de softwares e aplicativos. O executivo também reforça que setores de design, marketing e comunicação também têm entrado no radar de empregadores internacionais.
A pesquisa também avaliou como os brasileiros enxergam a possibilidade de mudar do Brasil para trabalhar em outros países. Os dados apontam que homens estão mais influenciados pela possibilidade de mudar do Brasil para trabalhar quando buscam um novo emprego do que mulheres (55% vs 52%). Porém, em comparação com o ano passado, houve um aumento de 7 pontos percentuais na proporção do público feminino que considera esta possibilidade em 2024.
Além disso, os grupos mais impactados pela possibilidade de morar fora quando buscam trabalho são as pessoas negras (54% vs 51% brancos) e a classe C (58%). Pessoas na faixa entre 16 e 29 anos também são as mais influenciadas neste sentido, com 63%.
Texto: Layane Serrano / EXAME Weekly
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